sábado, 3 de setembro de 2016

"Silêncio"



Silêncio do riso abafado
Do canto chorado
Do choro contido

Silêncio do beijo negado
Do amor abortado
Assim sem aviso

Silêncio dos sonhos sonhados
Tão dilacerados
E por fim esquecidos

Silêncio da aridez permanente
Que trinca meu chão
De maneira pungente

Silêncio do calado tormento
Que se instala nas fibras
Do meu pensamento

Silêncio das asas caídas
Que me fazem prisioneira
Do ponto de partida

Silêncio do abismo que separa
Aquilo que sou do que quisera eu ser
Se me fora dado escolher

Silêncio eternamente sublimado
Do não manifesto pedido de amor
Que me permita ao menos uma sobrevida

Silêncio enfim
Da criança perdida
Vivendo no meio de gente crescida

Silêncio...
 
Fátima Irene Pinto

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beijos e abraços com todo o meu Amor, Carinho, Respeito, Admiração e Gratidão...